Iniciei minhas primeiras experimentações
em pintura em 2003 na cidade de Pelotas/ RS Brasil. O que mais me impressionou
desde o início foram as cores e suas infinitas possibilidades. Encantava-me
poder criar formas, materializando-as através de tintas e pincéis. Nos
primeiros anos interessei-me por formas figurativas trazendo para tela imagens
fotografadas e/ou inspiradas por outros artistas. Pintava natureza morta,
flores, caminhos rurais, casarios, portadas e imagens dos pampas e mares que me
circundavam. Dentro de um processo de busca e aprendizado, busquei minha identidade
plástica até internalizar as pinturas como minhas.
Neste período de intenso fazer, surgiram muitas poesias.
Passei, então a direcionar minhas leituras para Fernando Pessoa, Mario Quintana, Pablo Neruda, Eduardo Galeano, Antonio Machado, Elisa Lucinda, Martha Medeiros.
As poesias brotavam como se estivessem libertas de um longo período de
privações. As manifestações artísticas estavam desabrochando em mim. O que sei
é que me vi produzindo em espaços e lugares antes apenas visitados com respeito
e admiração.
Na pintura, fiz cursos ao longo destes 16 anos, com as
professoras Iarassu e Olga Halfen (em Pelotas/RS) e com Catarina
Magalhães e Meg Tomio Roussenq (em Florianópolis/SC), onde experimentei diferentes tipos de
matéricos, texturas, composições com movimentos, linhas, matizes e
nuances. Mas meu interesse principal sempre esteve voltado para a paleta de
cores. Não importava se a óleo ou acrílico, abstrato ou concreto minha escolha
pelo tema acontecia (e ainda acontece) pelas cores que imagino compor o quadro.
Continuo buscando inspiração nos espaços, lugares e tempos de fotografias/imagens que
me auxiliam na elaboração de telas, expressivas de sentimentos em movimentações
para dentro e fora de mim.
Depois de morar por um período em Florianópolis/SC, continuo novamente em Pelotas/RS os estudos de
pintura em tela. Agora me expressando de outras formas, vou buscar nos arquivos
da memória, imagens, fotos e instantes vividos e/ou experimentados para, através de pincéis, telas e paletas, criar diferentes formas e
transparências que se originam das veladuras/acrílicas. Nos meus últimos
trabalhos, tenho lançado mão de tintas aguadas como forma
expressiva. Adoro brincar com camadas que se sobrepõem sem perder as
transparências que fazem a pintura respirar, espiar e projetar-se, atravessando
o material e o espaço onde é produzida. Participei de exposições coletivas e individuais de pintura no RS, SC (Brasil) e em Ourém (Portugal).
Assim, através das artes,
descubro novas facetas da Tania M. E. Porto.
A mulher no espelho
(2005)
Instante presente
instante efêmero.
A mulher
refletida no espelho.
Imagem parcial?
Imagem total?
A mulher
fotografada
mirada no reflexo de um
tempo.
Tanto a mulher
se vê no espelho
como o espelho
preenche o seu vazio
nos papéis da
criação.
Um retrato de mulher.
Uma imagem
uma viagem
(in)visível
(in)perceptível
nas luzes e sombras
da ilusão.
Uma imagem de mulher
professora, mãe
artista
amante.
Uma mirada
nas luzes e sombras
da ação.
Um reflexo de mulher
construído
vivido
e chorado
nas luzes e sombras da emoção.
Mulher e espelho.
Espaços
vestígios
contornos que se
completam
nos processos de
transfiguração.
Ciclos da vida
Tania Porto (janeiro 2018)
Em cada mudança deixo algo
e saio mais leve.
Em cada mudança sofro
e morro um pouco.
Em cada mudança ganho algo
e fico mais experiente.
Ciclos que se vão.
Ciclos da vida que se (trans)formam.
Mutações
Mesma mulher?
Mesmo homem?
Quem sabe o que sou?
Quem sou?
Maravilhosa minha amiga do coração!!! Artista fantástica, pessoa absolutamente especial!!!!! Parabéns, bjoss
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